24 horas e uma vida inteira
Jénerson Alves*
Em 23.04.2021
Sério, por que será que o dia só tem 24 horas?
Eis uma dúvida que invade constantemente o meu coração. É que o cotidiano vem produzindo um frenesi tremendo na vida das pessoas. Não há mais tempo para nada! Vejo somente pessoas trabalhando, trabalhando e trabalhando, sem tempo algum para realizarem qualquer outra tarefa. Algumas pessoas não trabalham mais para viver, mas vivem para trabalhar.
Estou falando isso por experiência própria. Quanto tempo faz que eu não consigo sequer parar algumas horas, em pleno fim de semana para me divertir um pouco com pessoas que amo? Talvez você, leitor, esteja na mesma situação que eu…
Quanto tempo faz que você saiu com sua esposa? Quanto tempo faz que você sentou no chão com seu filho e se deixou levar na viagem ao mundo da imaginação infantil? Quanto tempo faz que você tirou alguns minutos para ligar para um amigo que não vê há anos e dizer que ele é importante para você? Quanto tempo faz, até mesmo que você se curvou diante do Criador de todas as coisas e agradeceu a Ele pelo milagre da vida? O corre-corre do cotidiano parece um rolo compressor que extermina a sensibilidade das pessoas. O tempo que passa deixou de ser sinônimo de vida que corre, e muitos assimilam o falso ditado de que “tempo é dinheiro”.
Eu não aceito! Reivindico meu direito de viver! Quero ter o direito à liberdade de me deixar embasbacar com as cenas mais simples do filme da natureza.
Quero sentir o prazer de viver intensamente cada segundo concedido a mim pelo beneplácito do Pai dos pais! E, quero convidá-lo a fazer o mesmo: aproveite as 24 horas do seu dia como se fossem as últimas – pois o que você faz (ou deixa de fazer) em um instante pode produzir consequências que perduram a vida inteira…
Ah, sim…
Sei que este texto poderia ser maior, mas eu vou parar de escrever por aqui.
É que há uma jovenzinha me esperando para jantar… (e eu não vou perder tempo, não é?)
*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.
Foto destaque: Nile/Pixabay