Reflexão sobre a maternidade
Vera Rocha*
Em 09.05.2021
A energia que fecunda o ventre materno para tecer a vida é o que patenteia o amor divino na criação humana.
Debalde duvidar da força da Natureza que envolve corpos, sentimentos, desejos – até insanos – e amor, no sentido mais amplo da palavra, para nessa teia divinal fazer brotar a vida.
Hoje, a minha gratidão vai para aquela que por quase duas décadas permitiu a multiplicação da espécie em si mesma, e ainda por outros caminhos acolheu, com amor maternal, outras vidas desvalidas no seu seio. Quantas noites insones, quantas lágrimas derramadas, quanta escassez material, quanto zelo e esforço para dar o melhor de si na viuvez, na labuta cotidiana…
Como lamento não ter compreendido seus gestos carinhosos para me proteger de mim mesma!
Refletindo, hoje, posso compreender que mãe nenhuma pode impedir que sua prole venha a vivenciar as experiências necessárias ao seu aprimoramento moral ou para exemplificação, como foi o caso da Mãe Santíssima, Maria, que com o coração despedaçado assistiu a crucificação do seu amado filho, entendendo que aquele martírio era para a Redenção da humanidade.
As mães são detentoras de sentido especial. São projeto divino de perpetuação da espécie humana. São co-criadoras impolutas do Pai Maior!
Sublime é aquela que superando todos os obstáculos da maternidade, engravida todo seu ser e ama com esmero os filhos das outras mães!
*Vera Rocha é escritora, poeta, psicopedagoga, autora do livro “A cidade vista da minha janela & outros olhares” e membro da Academia Cabense de Letras.
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