Países ricos investiram até 212 vezes mais em assistência social do que nações pobres
ONU News
Em 02.07.2021
Pnud divulga relatório citando “choque econômico sem precedentes” devido à pandemia de Covid-19; 41 países foram avaliados, incluindo Brasil e Moçambique; medidas evitaram que 12 milhões de pessoas caíssem para abaixo da linha da pobreza.
A pandemia de Covid-19 fez aumentar ainda mais a lacuna entre países ricos e pobres, de acordo com o Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud.
O relatório, divulgado esta quinta-feira, é baseado em 41 países, incluindo Brasil, Cabo Verde, Estados Unidos, Moçambique e Reino Unido. Citando um “choque econômico sem precedentes”, o Pnud destaca que as nações ricas investiram até 212 vezes mais em assistência social do que os países pobres.
Impacto
Isso evitou que 12 milhões de pessoas dos países avaliados caíssem para abaixo da linha da pobreza e passassem a viver com menos de US$ 1,90 por dia.
O impacto das políticas de assistência social dentro do grupo de pessoas que vivem com US$ 5,50 por dia ou menos foi ainda maior: entre 42 milhões de pessoas, 31 milhões não passaram para a pobreza desde março de 2020.
O Pnud destaca que os países ricos puderam gastar mais em medidas de proteção social. Já no caso das nações de rendas média e baixa, os investimentos foram insuficientes para prevenir o aumento no número de pessoas pobres.
Diferenças
O levantamento revela “enormes diferenças entre as quantias gastas entre países ricos e pobres para mitigar a pobreza”. No mundo, foram investidos US$ 2,9 trilhões em políticas de proteção social, mas deste total, apenas US$ 379 bilhões foram gastos por países em desenvolvimento.
O chefe do Programa da ONU para o Desenvolvimento afirma que “a pandemia de Covid-19 gerou um número sem precedentes de medidas de proteção social inovadoras”.
Mas Achim Steiner lembra que “com os países ricos gastando até 212 vezes per capita a mais em proteção social do que os vizinhos mais pobres, o desafio é expandir o espaço fiscal para permitir que todos os países implementem medidas que evitem que mais pessoas caiam na pobreza”.
Brasil
O estudo do Pnud avalia, por exemplo, auxílios de emergência em dinheiro. Neste caso, apenas Argentina, Brasil, Israel e Estados Unidos concederam transferências que garantiram à uma parcela da população ter uma renda temporária de pelo menos o valor da linha da extrema pobreza.
O relatório ressalta as estimativas de quantas pessoas se tornaram pobres durante a pandemia de Covid-19: entre 117 milhões e 168 milhões de pessoas.
Foto destaque: Pnud/Fahad Kaizer –