“Um por todos e todos por um”: A história do escritor negro, Alexandre Dumas.

Por

Redação

Em 16.08.2021

Autor de obras clássicas como O conde de Monte Cristo, Os três Mosqueteiros e O homem da mascara de ferro, o escritor negro Alexandre Dumas, considerado um dos maiores romancistas franceses, não teve o merecido reconhecimento.

Nascido em Villers-Cotterêts (França), no dia 24 de julho de 1802, Ganhou fama ao retratar em suas obras a tirania da corte francesa e defender ideais de coragem, lealdade, amor, amizade e justiça. Suas obras são ainda hoje consideradas clássicos da literatura.

Apesar de escrever obras que são famosas no mundo inteiro – seus livros foram traduzids para quase 100 línguas e adaptads em mais de 200 filmes -, a vida do autor nem sempre foi fácil. Ele era neto do marquês Alexandre Antoine Davy de la Pailleterie e de Marie-Césette Dumas, uma mulher negra que foi escravizada. Seu pai, Thomas Alexandre Davy de la Pailleterie, mais conhecido como General Dumas, foi considerado grande figura militar, tendo participando da Revolução Francesa, mas, assim como ocorreria com o filho escritor, não teve o reconhecimento adequado.

Dumas tinha muita admiração por seu pai, e isso pode ser visível em seus livros. Criou personagens que lutam bravamente, mesmo com seus pais sendo desprezados. Em Os Três Mosqueteiros, por exemplo, o autor se inspirou nas luta e batalhas da vida de seu pai.

Por mais que seus traços negros nunca tenham sido realmente rejeitados em documentos históricos, é comum que ele seja representado em adaptações artísticas e em retratos como um homem branco, o que leva várias pessoas à crença errada.

Um dos casos mais famosos desse apagamento de sua raça, foi na adaptação, L’Autre Dumas (O Outro Dumas), de 2010, na qual o ator Gérard Depardieu, branco, loiro e olhos azuis, foi escalado para interpretar Dumas. O ator usou uma peruca de cabelos encaracolados e teve a pele escurecida na sua caracterização. Na época o produtor do filme, Frank Le Wita, se manifestou em defesa da escolha do ator. A escolha, no entanto, não foi bem vista por ativistas negros da França.

Alexandre Dumas morreu em 1870, após um derrame. Seu corpo foi exumado somente em 2002, quando o então presidente francês, Jacques Chirac, reconheceu os atos de racismo sofridos pelo escritor durante vida. O corpo de Dumas foi enterrado no panteão, ao lado de Victor Hugo e Voltaire, figuras proeminentes francesas.

Fonte: Aliança Francesa Goiânia.

Foto destaque: pt.wikipedia.org