Chico Neves viveu intensamente o ‘pesqueirismo’

Por

Andréa Galvão*

Em 30.07.2022

O neologismo grafado entre aspas que constitui o título e foi inventado não sei por quem, denota um pertencimento amoroso à nossa terra, Pesqueira, no agreste pernambucano, e tudo o que dela faz parte. Indubitavelmente esse sentimento foi apreendido e permeou toda a vida do acadêmico Francisco de Oliveira Neves, o imortal Chico Neves.

Homem íntegro, de origem simples e que se fez rico ao longo da vida, através do conhecimento, das incontáveis leituras, da formação jurídica e, sobretudo, do amor incondicional pela cultura local.

Falar de Chico Neves é rememorar a cidade pujante de outrora; é compreender os pormenores que compõem a colcha de retalhos que é a cultura pesqueirense.

Toda essa bagagem intelectual foi canalizada para escrever, escrever… sem lucrar e dar visibilidade a quem também escreve, como é o meu caso, através do Jornal Pesqueira Notícias, a sua menina dos olhos!

Durante quase 30 anos ele produziu e editou um periódico importantíssimo e o que mais despertava a minha admiração era ele entregar o jornal nas mãos dos assinantes daqui, para logo iniciar um dedinho de prosa.

Outro feito a destacar é a criação da Festa dos Ex-alunos, um verdadeiro congraçamento de gente bonita e feliz. Muitos obstáculos foram enfrentados, mas ele nunca recuou diante de nenhum. Esse, sim…fez cultura na raça!

Ontem nos despedimos de Chico Neves, que faleceu na quinta-feira à noite, no Hospital Santa Efigênia, em Caruaru, onde se encontrava internado para tratar uma pneumonia. O nosso coração enlutado sangra em virtude da sua partida, porém, o seu indelével legado nos conforta e nos dá a certeza de que tudo que você construiu é eterno.

Segue em Paz! Vai encontrar  o seu estimado irmão, Luiz Neves, cuja memória você cultuou até o último suspiro. Só para constar: continuo comprometida com a sua obra , entre elas, a produção do livro “Sonhos Para um Centenário,” conforme combinamos.

Agora, precisas descansar.. .Que Deus lhe segure pela mão, amigo confrade!

*Andréa Galvão é professora de Língua Portuguesa e Arte no Colégio Santa Dorotéia, revisora ortográfica e redatora. É membro da Sociedade dos Poetas e Escritores de Pesqueira e da Academia Pesqueirense de Letras e Artes.

Foto: Arquivo da Academia Pesqueirense de Letras e Artes