COVID-19: OMS alerta para nacionalismo da vacina e pede apoio para acesso justo

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Agência OMS

Em 20.08.2020

Artista na República Centro-Africana pintando dicas de proteção da COVID-19. Foto: MINUSCA /Screenshot

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou nesta terça-feira (18) que escreveu aos Estados-membros da OMS, instando-os a aderir ao COVAX, mecanismo projetado para garantir o acesso rápido, justo e equitativo a vacinas contra a COVID-19 em todo o mundo.

“Embora haja um desejo entre os líderes de proteger primeiro seu próprio povo, a resposta a essa pandemia deve ser coletiva”, disse ele.

The COVAX Global Vaccines Facility é o pilar da Aceleradora ACT (Acesso às Ferramentas COVID-19) – uma iniciativa lançada em abril com o objetivo de otimizar a produção de vacinas e outros medicamentos para tratar a COVID-19 e torná-los disponíveis para pessoas em todos os lugares.

O COVAX é operado pela Gavi, Aliança para Vacinas, pela Coalizão de Inovações de Preparação para Epidemias (CEPI) e pela OMS, junto com fabricantes de vacinas multinacionais de países em desenvolvimento.

Segundo o consultor sênior da OMS, Dr. Bruce Aylward, o COVAX trabalha para garantir que o maior número possível de países coopere no desenvolvimento, aquisição e distribuição de vacinas contra a COVID-19.

O consultor sênior da OMS informou também que os termos deste dispositivo estão sendo finalizados, e destacou que mais de 170 países – representando cerca de 70% da população mundial – já indicaram que desejam aderir ao mecanismo ou manifestaram interesse. “Esperamos uma resposta firme dos países até 31 de agosto”, afirmou ele.

Prevenindo o ‘nacionalismo vacinal’

Nesta terça-feira (18), havia mais de 21,7 milhões de casos da COVID-19 em todo o mundo, incluindo mais de 771.000 mortes.

Tedros explicou os obstáculos logísticos que a OMS enfrentou no envio de equipamentos médicos que salvam vidas para países em todo o mundo nos últimos oito meses, à medida que a demanda por máscaras médicas, aventais e outros equipamentos de proteção individual (EPI) aumentava.

Embora fatores como lockdown, colapso no transporte aéreo e restrições à exportação afetassem a fabricação e distribuição de EPIs, Tedros relatou que também houve vários casos em que suprimentos médicos importantes foram requisitados para uso nacional.

“O abastecimento nacionalista prejudicou a pandemia e contribuiu para o fracasso total da cadeia de abastecimento global”, afirmou o chefe da OMS.

“À medida que novos diagnósticos, medicamentos e vacinas são lançados, é fundamental que os países não repitam os mesmos erros”, disse ele, acrescentando que “precisamos prevenir o nacionalismo da vacina”.