À curva do imprevisível
Jénerson Alves*
Em 09.07.2021
E, de repente, vem uma notícia que não se espera. De repente, vem um diagnóstico implacável. De repente, um broto de dor é gerado no coração.
As lágrimas escorrem pela face. A perplexidade transparece no olhar. O peito pulsa. E para. E pulsa. Há repulsa. Mas a angústia, ninguém expulsa!
É como se uma voz pairasse:
– Die malo! Die malo! Die malo!
Onde está o planejamento? Cadê a preparação?
Não há!
Todo mundo está sujeito a parar à curva do imprevisível. Não há como voltar. E o destino é incognoscível.
O que fazer? Dar de ombros? Dar de si? Sair de si? Sair e ir…?
Felizes são aqueles que, neste emaranhado de indagações, conseguem ouvir um velho cântico trazendo nova esperança…
“É Meu, somente Meu, todo o trabalho… / e o teu trabalho é descansar em Mim”…
Como uma flor que rompe o asfalto, a fé rompe o escárnio da incredulidade. Um aroma de esperança surge no ar.
Sim. Surge.
Sempre surge…
*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.
Foto destaque: Pexels/Pixabay