SHOW DE BOLA – O vírus no futebol

Hamilton Rocha

Em 23.11.2020

18 de junho marcou a volta dos jogos da Série A do Brasileirão. A CBF definiu o retorno das partidas sem a presença da torcida nos estádios, seguindo o protocolo das autoridades de saúde. No começo, poucos casos de covid-19 adiaram algumas partidas da competição, mas agora os clubes enfrentam grandes dificuldades para montar os grupos e cumprir seus jogos. Cinco meses depois de a bola começar a rolar já são mais de 60 atletas de times da Série A contaminados pela covid-19.

Quem não lembra do episódio em que o Palmeiras não aceitou adiar a partida contra o Flamengo, clube com vários contaminados? O verdão quis levar vantagem diante da situação do adversário, que jogou com grande número de garotos da base. No sábado, com 18 atletas infectados, o time do Parque Antártica quase não consegue o número de jogadores suficientes para colocar em campo contra o Goiás, lanterna da Série A. O resultado foi uma derrota em Goiânia (foto em destaque).

Se no início o número de infectados não chegou a comprometer o rendimento das equipes, o mesmo não se pode dizer agora. Clubes como Atlético-MG, Santos, Palmeiras, Vasco e Fluminense sofrem com o afastamento de jogadores importantes no momento em que se começa a definir as pretensões de cada um: a disputa pela parte de cima da tabela ou a luta contra o rebaixamento.

Se o ritmo de contaminação continuar o mesmo, é possível que a CBF tome uma atitude drástica, inclusive com a paralisação da competição. A sequência de viagens, hospedagens e jogos deixa os atletas muito expostos à contaminação, inclusive com risco de levar a doença aos familiares. É preciso bom senso para resolver o problema.

CURTAS

Invencibilidade – Se é que existe hora boa de perder, então foi o melhor momento para o Santa ser derrotado na Série C. Já classificado com folga em primeiro lugar para a próxima fase, o time de Martelotte entrou em campo sonolento contra o Manaus, no sábado, no Arruda. Depois de um ano e quatro meses de invencibilidade em seu estádio, a derrota por 2 x 1 não compromete o histórico na competição. Mas é preciso abrir o olho para a fase decisiva que vai começar, pois a equipe vai enfrentar adversários de melhor qualidade técnica.

Alerta – Para quem já ocupou a quinta colocação na Série A do Brasileirão e agora ter apenas um ponto de vantagem em relação à primeira equipe que está na zona de rebaixamento, o Sport não pode nem pensar em outro resultado que não seja a vitória em cima de um concorrente direto. O jogo de hoje contra o Atlético-GO, na Ilha do Retiro, se tornou uma decisão. Sem contar com a presença do técnico Jair Ventura, contaminado pela covid-19, o Leão não pode vacilar. Até porque, depois vem uma sequência difícil com dois jogos fora de casa.

Tá difícil – O técnico Hélio dos Anjos viu pontos positivos no Náutico, mesmo com a derrota por 2 x 1 para o CRB, no sábado, em Maceió, mas deixou claro durante a coletiva no final da partida que é preciso trabalhar muito para melhorar o futebol do time. Ainda não será na próxima rodada que uma vitória fará a equipe sair da zona de rebaixamento. Com cinco pontos de diferença para a primeira equipe fora do Z-4, o alvirrubro enfrenta o Vitória, na quarta-feira (25), nos Aflitos.

A primeira – A vitória por 3 x 1 sobre o Coritiba foi a primeira do técnico Rogério Ceni no comando do Flamengo. Depois de um começo difícil, com duas derrotas seguidas para o São Paulo pela Copa do Brasil e um empate com o Atlético-GO, no Maracanã, Ceni está mais aliviado para continuar o trabalho. Além de vencer, o time da Gávea fez uma boa partida contra os paranaenses. Nesta terça-feira (24) O Flamengo pega o Racing, na Argentina, pelas oitavas de final da Copa Libertadores.

Foto destaque: Palmeiras/Divulgação