Categoria: Crônicas

Caçada a corruptos

José Ambrósio dos Santos* Em 30.09.2020 Todos os dias e quase o dia todo (inclusive sábados, domingos e feriados) um batalhão de caçadores de corruptos entra em campo. A caçada é implacável e se dá em cenários quase sempre paradisíacos. A captura deixa os corruptos literalmente num “mar de lama”. Capturados, são atirados em espaços pequenos onde são empilhados, sujos da lama na qual se […]

Mantenha a grama verde

*Arnaud Mattoso Em 30.09.2020 Desde sempre os meninos grandes da rua de cima são os donos do campinho de futebol do bairro. Eles mantêm a grama verde e o clube funcionando, mesmo com falhas no gramado. Os meninos pequenos da rua de baixo também querem jogar no campinho. Há décadas eles pressionam, mas os meninos da rua de cima são durões. Aguentam pressão. O secular […]

Pirapama

Douglas Menezes* Em 28.09.2020 (em memória) Faz tempo, menino ainda, conheci Pirapama. Jeito banzeiro, lugar bucólico, vida passando lenta com cheiro de mato molhado. Aroma forte de frutas diversas. Canto poético do rio que leva o nome da vila de operários tecelões e de pequenos agricultores, daquele tempo de comunidade cercada de engenhos. Ar puro e povo vendo passar o tempo devagar. Lugar tão cercado […]

A flor

Douglas Menezes* Em 27.09.2020 (em memória) Wilson Firmo faz poesia com as imagens. Busca leveza onde há aridez. Descobriu uma flor sob os trilhos e entre pedras. Patrícia Freitas falou de ternura, vencendo a dureza da vida, para ilustrar a mesma imagem. Intacta a flor, apesar do peso de toneladas a fustigá-la o dia todo. Uma lição para a existência. A aparente fragilidade ultrapassando barreiras, […]

Viva a vida!

Vera Rocha* Em 27.09.2020 A aurora de setembro já se conectava com o cosmos e os ventos de agosto ainda teimavam em soprar balançando, fortemente, o arvoredo. A brisa na face nos faz absorver o ar que fecunda a vida. Quantos de nós lembramos de agradecer pelo ar que respiramos? Quando ele nos falta por dificuldades orgânicas, precisamos recorrer ao ar artificial, que nem sempre […]

As cadeiras na calçada

Douglas Menezes Em 26.09.2020 (em memória) E por que essa febre agora? Essa de repente vontade de se contar? A ninguém interessa os meus fantasmas. Os fantasmas são meus e as cadeiras estão lá, da Matriz a Santo Amaro. Dona Tarcila à janela e seu Esmeraldino pigarreando com o pai do menino, falando do bangue-bangue e dizendo da política da província. São pigarros de dignidade […]

Para que serve um bilionário?

Eugenio Jerônimo* Em 26.09.2020 Uma revista especializada no assunto acaba de publicar a relação dos mais ricos do Brasil. A fortuna dessa turma se conta em três fileirinhas de três zeros cada uma, ou seja, trata-se de um patrimônio bilionário. Portanto, não é de brincadeira, mas não deixo de ver infantilidade nesse ranking e nessa competição. Ocorre-me uma comparação. Ao final da temporada de bola […]

Coqueiros de Gaibu

Douglas Menezes Em 25.09.2020 (em memória) Sonolento esse olhar mortiço da mulher quase menina. De onde vem esse sono o dia todo presente? Coqueiros, por que ela olha assim, como se estivesse fora da vida, num mundo surreal? Olha para o infinito e cheira; e olha triste para o oceano, como a esperar alguém vindo do mar. Talvez um marujo para salvá-la da tempestade dessa […]